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domingo, 14 de julho de 2013

PRONEM - Historiografia e Modernidade: variedades do discurso histórico



O NEHM entre os núcleos emergentes apoiados pela Fapemig


Em 2012, o Núcleo de Estudos em História da Historiografia (NEHM) foi contemplado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) no âmbito do Programa de Apoio a Núcleos Emergentes (PRONEM). De acordo com a própria FAPEMIG, essa ação permite a consolidação de linhas de pesquisas prioritárias, induzindo a formação de núcleos de excelência.

O projeto Historiografia e Modernidade: variedades do discurso histórico tem por objeto, em suas linhas gerais, o conhecimento histórico estabelecido na longue durée da formação do Estado moderno. A este ambicioso recorte cronológico corresponde um recorte geográfico que compreende o longo arco que vai da Europa à América Latina. Busca-se, assim, cobrir alguns dos principais problemas relativos à trajetória da história da historiografia ocidental: os primórdios da sua formação metódica, sua dinâmica conflitiva (advinda de um processo de crescente pluralização interna), a afirmação de sua auto-consciência humanística e formativa, seu efetivo papel na formação dos Estados Nacionais latino-americanos, os pontos de diálogo e as trocas com o universo supostamente fechado das hard sciences. Por fim, e, de novo numa perspectiva que articula elementos intrínsecos e extrínsecos à prática historiográfica, busca-se avaliar o impacto efetivo da historiografia na elaboração de novas agendas para uma “política da memória” na América Latina após o processo de redemocratização de fins do século XIX.

O campo da teoria da história e da historiografia, entendido aqui como estudo voltado para a história do saber histórico em suas múltiplas orientações temáticas e perspectivas teóricas, vem, há algum tempo, se consolidando de forma estável e produtiva nos domínios da disciplina histórica. Os trabalhos significativos de autores estrangeiros como o italiano Arnaldo Momigliano, os alemães Reinhart Koselleck e Hans Ulrich Gumbrecht, o francês François Hartog e o norte-americano Anthony Grafton, com vasta repercussão nas universidades brasileiras, são exemplares na ampla dimensão assumida pela pesquisa historiográfica desde a segunda metade do século XX.

O Núcleo de Estudos em História da Historiografia e Modernidade (NEHM), formado no Departamento de História da UFOP, é um dos exemplos do fortalecimento da área no Brasil. Fato importante, ainda, da institucionalização do campo no ambiente brasileiro foi a criação, em 2009, da Sociedade Brasileira de Teoria e História da Historiografia, no âmbito do Seminário Brasileiro de História da Historiografia, realizado desde 2007, no Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Ouro Preto. O SNHH tem levado à cidade de Mariana pesquisadores de todo o país e reunido especialistas de renome, nacionais e estrangeiros.

O estudo voltado para a emergência, consolidação e questionamentos críticos da historiografia moderna, entendida, grosso modo, como aquela estabelecida desde o contexto do humanismo italiano dos séculos XIV e XV, até a conjuntura de revisão dos fundamentos desta historiografia, situada em sua maior parte ao longo do século XX, permitirá descortinar formas de abordagem e de entendimento renovadas para este tema. Enfocando-o a partir de prismas diversificados, mas com um eixo de perspectiva em comum, qual seja, as condições do saber histórico na modernidade.

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