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quarta-feira, 24 de julho de 2013

LANÇAMENTO: Princípios gerais da ciência histórica

Princípios gerais da ciência histórica

Exposição dos elementos básicos para uma nova visão sobre todos os tipos de saberes

Johann Martin Chladenius
Sara Baldus (trad.)

Editora Unicamp

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Princípios gerais da ciência histórica é uma obra seminal da historiografia alemã e também uma leitura obrigatória para os estudiosos da teoria da história. Verdadeiro tratado para a ciência histórica moderna, ela oferece a seus leitores temas fundamentais para a reflexão, discutindo questões que ainda hoje se colocam no centro dos debates historiográficos. O que é um evento? O que são circunstâncias? Qual a relação entre probabilidade e certeza na história? Que tipo de testemunhos e divulgações é digno de crédito? O que é uma história? O que é uma narrativa? As coisas futuras devem ser objeto da inves¬tigação histórica? Com análises claras e pontuais, Chladenius nos introduz nas searas da crítica dos testemunhos, demonstrando a importância do ponto de vista para o estudo do passado, indicando procedimentos analíticos e hermenêuticos para se perscrutar as intenções e os sentidos das ações humanas. A Allgemeine Geschichtswissenschaft não tinha até agora nenhuma edição publicada fora da Alemanha.

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domingo, 14 de julho de 2013

PRONEM - Historiografia e Modernidade: variedades do discurso histórico



O NEHM entre os núcleos emergentes apoiados pela Fapemig


Em 2012, o Núcleo de Estudos em História da Historiografia (NEHM) foi contemplado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) no âmbito do Programa de Apoio a Núcleos Emergentes (PRONEM). De acordo com a própria FAPEMIG, essa ação permite a consolidação de linhas de pesquisas prioritárias, induzindo a formação de núcleos de excelência.

O projeto Historiografia e Modernidade: variedades do discurso histórico tem por objeto, em suas linhas gerais, o conhecimento histórico estabelecido na longue durée da formação do Estado moderno. A este ambicioso recorte cronológico corresponde um recorte geográfico que compreende o longo arco que vai da Europa à América Latina. Busca-se, assim, cobrir alguns dos principais problemas relativos à trajetória da história da historiografia ocidental: os primórdios da sua formação metódica, sua dinâmica conflitiva (advinda de um processo de crescente pluralização interna), a afirmação de sua auto-consciência humanística e formativa, seu efetivo papel na formação dos Estados Nacionais latino-americanos, os pontos de diálogo e as trocas com o universo supostamente fechado das hard sciences. Por fim, e, de novo numa perspectiva que articula elementos intrínsecos e extrínsecos à prática historiográfica, busca-se avaliar o impacto efetivo da historiografia na elaboração de novas agendas para uma “política da memória” na América Latina após o processo de redemocratização de fins do século XIX.

O campo da teoria da história e da historiografia, entendido aqui como estudo voltado para a história do saber histórico em suas múltiplas orientações temáticas e perspectivas teóricas, vem, há algum tempo, se consolidando de forma estável e produtiva nos domínios da disciplina histórica. Os trabalhos significativos de autores estrangeiros como o italiano Arnaldo Momigliano, os alemães Reinhart Koselleck e Hans Ulrich Gumbrecht, o francês François Hartog e o norte-americano Anthony Grafton, com vasta repercussão nas universidades brasileiras, são exemplares na ampla dimensão assumida pela pesquisa historiográfica desde a segunda metade do século XX.

O Núcleo de Estudos em História da Historiografia e Modernidade (NEHM), formado no Departamento de História da UFOP, é um dos exemplos do fortalecimento da área no Brasil. Fato importante, ainda, da institucionalização do campo no ambiente brasileiro foi a criação, em 2009, da Sociedade Brasileira de Teoria e História da Historiografia, no âmbito do Seminário Brasileiro de História da Historiografia, realizado desde 2007, no Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Ouro Preto. O SNHH tem levado à cidade de Mariana pesquisadores de todo o país e reunido especialistas de renome, nacionais e estrangeiros.

O estudo voltado para a emergência, consolidação e questionamentos críticos da historiografia moderna, entendida, grosso modo, como aquela estabelecida desde o contexto do humanismo italiano dos séculos XIV e XV, até a conjuntura de revisão dos fundamentos desta historiografia, situada em sua maior parte ao longo do século XX, permitirá descortinar formas de abordagem e de entendimento renovadas para este tema. Enfocando-o a partir de prismas diversificados, mas com um eixo de perspectiva em comum, qual seja, as condições do saber histórico na modernidade.

sábado, 13 de julho de 2013

LANÇAMENTO: A Feira dos Mitos: A fabricação do folclore e da cultura popular (Nordeste 1920-1950)


A Feira dos Mitos: A fabricação do folclore e da cultura popular (Nordeste 1920-1950)

Durval Muniz de Albuquerque Júnior

Editora Intermeios

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ALGUNS LIVROS de história se voltam para o passado com a intenção de descobrir “o que exatamente aconteceu”. Suas páginas se pretendem janelas através das quais o leitor seria transportado ao tempo dos mortos, quem sabe assim aplacando a angústia de sua própria finitude. Obcecada em ser mestra, essa escrita cultiva a ilusão da verdade e tenta explicar o presente como resultado lógico do encadeamento de fatos e processos. Outras obras de história se dirigem predominantemente ao futuro, desejosas de ditar diretrizes de ação. Anseiam saber de antemão o que ocorrerá, ou definir o que deverá acontecer.
Para nossa alegria, há livros de história escritos para o presente. Anunciam em viva voz que sua matéria é a vida e os homens presentes. Assumindo-se como prática de seu tempo, não cogitam ocultar suas condições de produção ou seu lugar social. Antes, têm ganas de explicitá-los, apesar de saberem da impossibilidade de discursos plenos. Constroem-se como estratégia, movimentam-se como peça de jogo nos enfrentamentos do devir social-histórico. Para além de tentarem alcançar supostas verdades do passado ou iluminações do futuro, trazem a marca da necessidade gestada nos desafios contemporâneos mais decisivos. A feira dos mitos: a fabricação do folclore e da cultura popular (Nordeste, 1920-1930), de Durval Muniz de Albuquerque Junior, que o leitor tem em mãos, é uma dessas obras.

por Regina Horta Duarte

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terça-feira, 9 de julho de 2013

Segundo Encontro do Grupo de Discussões em História da Historiografia



O NEHM - Núcleo de Estudos em História da Historiografia e Modernidade convida todos para o segundo encontro do "Grupo de Discussões em História da Historiografia", com o debate do texto:

MOLLO, Helena Miranda. “Formas e dúvidas sobre como aprender com a história: um balanço”. In: NICOLAZZI, Fernando; MOLLO, Helena Miranda; ARAUJO, Valdei Lopes de. Aprender com a história? O passado e o futuro de uma questão. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2011.

dia: 07 de agosto de 2013
horário: 13:30hs
local: sala 21 (Prédio REUNI) - ICHS/UFOP

O texto pode ser encontrado na pasta do NEHM do Xérox do ICHS.

Informações: nehm@ichs.ufop.br

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Grupo de Estudos em História da Historiografia realiza primeiro encontro

do Portal Universidade Federal de Ouro Preto

02-Jul-2013

por Fernanda Mafia

O Núcleo de Estudos em História da Historiografia e Modernidade (NEHM) promove o primeiro encontro do “Grupo de Estudos em História da Historiografia”, nesta sexta-feira, 5 de julho. A atividade será às 16h, na sala 21, no prédio do Reuni, do Instituto Ciências Humanas e Sociais, em Mariana. Na ocasião será realizado um debate acerca do texto “Como (re)escrever a história do Brasil hoje?”, de autoria do professor da UFOP Mateus Pereira. 

Segundo Rodrigo Machado, mestrando em história e co-organizador do projeto, o grupo pretende realizar debates quinzenais, abertos para a comunidade acadêmica e local, especialmente, alunos da graduação em história. O objetivo é fazer com que as pesquisas desenvolvidas tenham mais visibilidade dentro e fora da Universidade. 

Os textos em debate são predominantemente de alunos ou professores do NEHM. As atividades não necessitam de inscrição prévia. Informações: nehm@ichs.ufop.br.


Livro: Aprender com a história? O passado e o futuro de uma questão



Fernando Nicolazzi
Helena Miranda Mollo
Valdei Lopes De Araujo
(organizadores)


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Eis uma orelha. Órgão ancilar, penduricalho de um corpo. Resumo do que se vai ler. Ler? Mas a orelha não se destina a ouvir? Órgão da audição, o que faz ela aqui na abertura de um livro? O que pode fazer uma orelha num livro sobre a escrita da história, sobre o aprendizado que o narrar a história por escrito é ou não capaz de proporcionar? Nascida da desconfiança e da rejeição da voz, a historiografia, que durante muitos séculos não teve dúvida sobre sua utilidade para a vida, até se arvorando à condição de mestra, hoje se debate em dúvidas sobre seu poder de ensinar algo e de ser capaz de servir de orientação ao futuro. Este livro é a materialização do debate em torno do aprendizado que podemos retirar da e na história. Tomada como escrita exemplar, com escrita preditiva, capaz de enunciar as leis do devir, a historiografia, que durante muito tempo se opôs à voz, à fala, buscando na objetividade e cientificidade de sua escritura a legitimação social, parece hoje querer ser ouvida. Será este livro um grito de socorro? Será por isso que ele precisa de uma orelha? A historiografia está precisando de audição, mais do que de edição? O que posso garantir ao leitor, não ao ouvinte, é que ele terá acesso a um coro de vozes, nem sempre concordante, coro de contentes e descontentes com a situação contemporânea do saber histórico. Tendo que concorrer com outras formas de construir o passado, o saber histórico, fragmentado em muitas possibilidades de abordagens, ainda oscila entre as certezas das metanarrativas historicistas – aquelas que afirmam que a história e o fazer história ainda fazem sentido e que estamos sempre tornando o passado melhor – e o enunciado do fim do cronótopo historicista, do fim do sentido para escrever e ensinar história. Viveríamos, pois, entre a síndrome das fundações e a síndrome dos fins, entre a moral da história e a história amoral. Habitaríamos um tempo marcado pelo fascínio em relação ao passado e, no entanto, tempo de desencanto dos historiadores e da historiografia consigo mesmos.

Mas seu eu disse desencanto, talvez seja porque esse momento – como sugerem Gumbrecht e Charbel – requeira a reconciliação da historiografia como a voz, com o efeito da voz, com o afeto da voz sobre o corpo. A historiografia reataria seus laços com a retórica, prestando atenção na e fazendo parte da vozcidade de nosso tempo. Tempo em que as orelhas voltaram a ter importância para o historiador, tanto quanto os olhos. A historiografia, que pretendeu dar a ver o passado, hoje talvez precise dar-lhe a ouvir. Se é tempo de desencanto, talvez a historiografia precise ser canto, música, paisagem sonora, ambiência, clima de ideias. Afetar os homens tanto pelos conceitos, como pelos efeitos estéticos. Ser não apenas logos, mas mythos e rituais. Não apenas erudição, normatividade e rigor à moda alemã, mas talvez inventividade, criação poética e sonoridade à brasileira. Este livro testemunha Esse dilaceramento, pois o mais brasileiro dos textos é escrito por um alemão e o mais alemão, por um brasileiro. Que ele seja lido e ouvido. Que não caia no olvido é o desejo dessa orelha. E orelha tem desejos? Porque não!

por Durval Muniz de Albuquerque Júnior

Professor-Titular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

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